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CLEVELAND (EUA) — Quatro companhias farmacêuticas chegaram a um acordo de última hora, nesta segunda-feira, às vésperas do começo de um julgamento federal de nove semanas, para reparar os efeitos da epidemia de vício em opioides no estado americano de Ohio, no centro-oeste dos Estados Unidos. A indenização será de US$ 260 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão.Leia mais: Equipe que comandou estudo sobre drogas engavetado pelo governo alerta para uso de opioides no BrasilA ação, levada à Justiça pelos condados de Cuyahoga e Summit, acusa as farmacêuticas de terem contribuído para a epidemia nacional de vício em opioides, substâncias utilizadas em remédios analgésicos. Segundo o governo americano, cerca de 400 mil pessoas morreram de overdose ligada a opiáceos nas últimas décadas.As empresas AmerisourceBergen Corp, Cardinal Health Inc e McKesson Corp, intermediárias no envio de remédios solicitados por farmácias e hospitais que controlaram 95% da distribuição de drogas nos EUA no ano passado, e a Teva Pharmaceutical Industries Ltd, fabricante de opioides, devem anunciar o acordo ainda nesta segunda-feira.O valor será dividido entre os dois condados de Ohio que abriram a ação — US$ 215 milhões das três primeiras e US$ 45 milhões da Teva, dos quais US$ 25 milhões serão pagos em Suboxone, remédio que combate o vício em opioides.A Walgreens Boots Alliance Inc, outra farmacêutica implicada no processo, ainda não chegou a um entendimento com os dois condados. O juiz federal Dan Polster, que avaliou o caso nesta segunda-feira, anunciou que marcará um novo julgamento para a companhia.Na última sexta-feira, as conversas não avançaram na direção de um acordo em torno das reparações, estabelecido na ocasião em US$ 48 bilhões, valor que cobriria milhares de processos abertos em outros condados, cidades, estados e tribos nativas ao redor dos EUA. A costura tem sido feita por um conjunto de procuradores estaduais.— Nós estamos muito satisfeitos com os resultados — afirmou Armund Budish, do condado de Cuyahoga, uma das advogadas autoras do caso.Advogados foram vistos trocando abraços após o acordo. O resultado final do julgamento deve ajudar a estabelecer uma jurisprudência para mais de 2.300 casos envolvendo um número ainda maior de companhias que viraram rés, incluindo o conglomerado Johnson & Johnson.O caso de Cuyahoga e Summit é o primeiro em que evidências são apresentadas, e testemunhas, ouvidas em tribunal aberto em um processo sobre a responsabilidade de farmacêuticas na crise do ópio. Outra iniciativa, no estado de Oklahoma, incluiu apenas a Johnson & Johnson, limitando a jurisprudência.

Leia a notícia completa em O Globo Farmacêuticas pagarão R$ 1 bi em indenizações por epidemia de opioides nos EUA